A idéia de fazer um jornal estudantil para o colégio já era antiga da diretora, ela só estava esperando alguém que conseguisse colocá-la em prática. Entramos em contato com um jornal regional por que sabiamos que eles faziam tiragens para outros jornais também. Optamos por fazer um jornal preto e branco mesmo, pois o colorido encarecia demais e nosso orçamento não era tão grande. Optamos também por 1.000 impressões, pois tinhamos idéia de não apenas distribuir o jornal no colégio, como também pelo centro da cidade. Decidimos que o jornal teria 8 páginas também.
Definida essa parte, foi a hora de espalhar cartazes pelo colégio com os famosos “precisa-se” precisa-se de redatores, fotógrafos, cartunistas, etc. Logo começaram a aparecer os interessados. Marcamos um dia para acontecerem as reuniões onde discutiamos quem iria fazer o que, sugeriamos uns aos outros algumas matérias que consideravamos interessantes.
Tinhamos 2 semana pra trabalhar no projeto do jornal, e nos encontros eu revisava os textos dos alunos para que eles não fugissem muito da idéia ou partissem para um rumo inadequado com o texto. Desde as primeiras reuniões com jornal, eu e os alunos debatiamos como seria o jornal..a identidade dele, seus “valores”. Concordamos que o jornal não seria comercial, ou seja..não venderiamos espaços nele, já que tinhamos a escola como seu´patrocinador. Concordamos que o ideal seria que o jornal não fosse daqueles que tomava partido, concordamos que o jornal daria os dois lados da notícia (quando isso fosse possível) para que o leitor escolhesse o que pensar. Sempre dizia: vamos escrever a verdade, mostrar todos os lados da notícia, sem tomar partido, por que cabe ao leitor escolher no que ele acredita. Não precisamos indicar o lado que ele deve acreditar. Não devemos julgar a inteligência de nosso leitor, ele é capaz de ler e entender.
Concordamos em deixar de lado assuntos como religião e política, temporariamente. Como estavamos começando, era preciso que os alunos ganhassem mais experiência, falando sobre coisas…mais “leves” antes de começar a falar sobre assuntos que pudessem gerar polêmica.
É importante lembrar que todos jornal que circule por fora de uns estabeleciamento, que chegue às ruas, deve ser assinado por um jornalista responsável. Nós tinhamos um pai de aluno que nos ajudou quanto a isso. Ele frequentava as reuniões e dava diversas dicas aos alunos, o que era bem interessante já que ele tinha bastante experiência na área.
Criamos algumas colunas:
– Matéria de capa: ocupava uma página do jornal e tratava do tema maior do jornal.
– De olho no meio ambiente: meia página, falava apenas sobre o meio ambiente.
– Comunidade em Ação: meia página, falava sobre as atividades da comunidade, era a parte em prol da comunidade, contava com algumas denúncias as vezes.
– Espaço do Aluno: Entrevista com alunos, sobre diversos temas, cada edição um aluno diferente.
– Espaço Pedagógico: Entrevista com coordenadores, diretores, professores de colégios.
-Território Cultural: Agenda da cidade para os eventos culturais do mês, como cursos, cinema, teatro, etc. Dicas de lançamentos de livros, cd´s e filmes.
– ..?….- Espaço de brincadeiras, com labirintos, sudoku, quiz, reflexões, etc.
– Mar de Letras: última página do jornal, poesias, crônicas, etc.
Criamos um e-mail com o nome do jornal também e o disponibilizamos no jornal para que os leitores pudessem entrar em contato quando quisessem.
O retorno foi super positivo, a participação dos alunos e o retorno dos leitores mandando e-mail e apoiando o jornal foi o melhor. Valeu a pena e ainda está valendo a pena fazer o jornal estudantil.
Em breve estarei colocando algumas fotos do jornal para vocês verem, estamos indo pra quinta edição em abril deste ano.
Até mais!